XXXIX - Coroa-se a obra Manuel Quintino estava ainda em casa, na manhã do dia seguinte, quando Antónia lhe veio anunciar que a «inglesinha» chegara em uma carruagem e perguntara por ele.
Cecília e Manuel Quintino correram ao encontro de Jenny.
– Estranham-me a madrugada? Que querem? Não pude dormir toda a noite com a lembrança desta visita. Desejava encontrar ainda em casa o Sr. Manuel Quintino e como sei dos seus hábitos matinais…
– Ainda tenho meia hora – disse o guarda-livros, consultando o relógio.
– O fim da minha visita é simplesmente entregar-lhe em mão própria uma mensagem de meu pai. Quer ver?
E passou para as mãos do velho a carta, que o leitor conhece já.
Enquanto Manuel Quintino se dispunha a lê-la, Jenny dizia a Cecília:
– Então como vai esse coração?
– O coração?
– Sim; eu não quero que ele se deixe curar, senão por mim. Entendes?
– E acha-o doente? – perguntou Cecília.
– E acha-o são? – perguntou Jenny, imitando-a.
Cecília ia a responder, mas suspendeu-se, olhando para o pai.
– Jesus! Que tem meu pai? Olhe!
Manuel Quintino, que acabara de ler a carta de Mr. Richard, estava efectivamente perturbado; fizera-se pálido, e tremia, olhando para o escrito, que conservava na mão.
Jenny sorriu.
Cecília correu para o pai.
– Que é isso? Que é que tem?
Manuel Quintino mostrou-lhe em silêncio a carta do inglês.
Cecília leu-a em um relance de olhos. No fim, banhada de lágrimas, abraçou o pai com transporte.
– Oh, que felicidade, meu pai!
O velho parecia hesitar ainda entre a alegria da nova e não sei que amargo pensamento, que teimava em enlutá-la.
– É decerto à influência deste anjo – disse Cecília, designando Jenny – que devemos esta ventura.
O guarda-livros olhou também