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Capítulo 22: Capítulo 22

Página 111

Apareceu na aldeia um circo, e, quando este se foi embora, os rapazes brincaram aos circos durante três dias, em barracas feitas de tapetes velhos.

Esteve em seguida um hipnotizador, e, quando se retirou, deixou a aldeia ainda mais triste e mais só do que nunca.

Houve algumas festas de rapazes e raparigas, mas tão poucas e agradáveis que faziam parecer os intervalos ainda mais longos.

Becky Thatcher tinha ido para a sua casa de Constantinopla passar férias com os pais, por isso não havia na vida de Tom nenhum vislumbre de animação.

O terrível segredo era um tormento constante que o martirizava permanentemente.

Houve uma epidemia de sarampo.

Durante quinze dias, Tom ficou prisioneiro, morto para o mundo e para o que se passava. Esteve muito doente e desinteressou-se de tudo. Quando, por fim, pôde levantar-se e, embora fraco, andar pela aldeia, achou tudo e todos muito mudados. Tinha havido um renascimento pela crença e toda a gente havia enveredado pela religião, não só as pessoas crescidas mas até os rapazes e as raparigas. Tom continuou a vaguear por ali, sempre na esperança de encontrar algum rosto de pecador, mas as decepções sucediam-se. Encontrou Joe Harper a ler a Bíblia, e afastou-se com tristeza daquele espectáculo que o deprimia.

Procurou Ben Rogers, que andava a visitar os pobres e a distribuir papéis com passagens da Bíblia. Dirigiu-se a Jim Hollis que lhe chamou a atenção para a preciosa bênção do último sarampo, que viera como um aviso. Todos os rapazes com quem falou lhe deram razões para se sentir desgostoso e quando, já desesperado, procurou abrigo junto de Huckleberry Finn e este o recebeu citando um versículo da Bíblia, desanimou. Vagarosamente, voltou para casa e para a cama, percebendo então que estava só, e que era de toda a aldeia o único perdido para sempre.

Nessa noite houve uma tempestade terrível, com muita chuva, trovões e relâmpagos. Cobriu a cabeça com a roupa e esperou aterrado que se cumprisse a sua sentença, porque não tinha sombra de dúvida de que todo aquele barulho era por sua causa. Julgava ter abusado até ao extremo da clemência dos altos poderes e que tudo aquilo era o resultado. Podia-se ter lembrado que era demasiada pompa e gasto de munições, uma descarga de artilharia para matar um bicho pequenino, mas não lhe pareceu disparatada uma trovoada assim para esborrachar um insecto como ele próprio.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 111

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174