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Capítulo 29: Capítulo 29

Página 137

A pequena continuou a pensar no caso e tornou:

- Parece-me que não está lá muito certo, mas…

- Não sejas pateta! A tua mãe não chega a saber. Que mal faz? O que a tua mãe queria é que tu estivesses bem, e estou certo de que te teria dito para ires para lá se te tivesses lembrado. Tenho a certeza que dizia.

A esplêndida hospitalidade da viúva Douglas era uma tentação bem forte que, juntamente com os argumentos de Tom, venceu a resistência de Becky.

Decidiram, pois, não dizer nada a ninguém a respeito do programa da noite. Passados momentos, ocorreu a Tom que talvez Huck fosse nessa mesma noite miar à sua porta, e esta ideia perturbou de certo modo o seu prazer mas, apesar disso, não desistiu de ir a casa da viúva Douglas. Por que havia ele de desistir? - pensou. Se não tinha ouvido o sinal na véspera, qual a razão para Huck o fazer nesse dia? O prazer certo dessa noite pesou mais na balança da sua consciência do que o tesouro incerto e, como rapaz que era, decidiu ceder à tentação maior, e não tornar a pensar na caixa do dinheiro durante todo o dia.

O barco amarrou junto de um vale arborizado, três milhas abaixo da aldeia. Aquela multidão de crianças desembarcou e, em breve, todo o bosque e os pontos mais escarpados ecoaram de gritos e risos. Fizeram tudo o que podiam para se aquecer e para se estafar, por isso, daí a certo tempo, voltaram cheios de fome. Começou então o desgaste nas coisas boas que levavam. Depois do banquete, estenderam-se ou sentaram-se, a repousar e a conversar à sombra dos grandes carvalhos. Ficaram ali um bocado, até que alguém perguntou:

- Quem quer ir à gruta?

Todos quiseram. Prepararam-se maços de velas e começaram todos a subir o monte, visto que a entrada da gruta ficava na parte superior deste. A abertura tinha o feitio da letra A e a porta de carvalho, grossíssima, fechava com uma aldraba. Dentro havia uma divisão, fria como um frigorífico, e por cujas paredes calcárias corria sempre uma certa humidade. Era romântico e misterioso, ao mesmo tempo, estar lá dentro na escuridão, a olhar para o vale verde e alegre, inundado de sol. Mas o interesse da situação em breve diminuiu, e o silêncio deu lugar a vozes e risos. Mal se acendeu uma vela, todos correram para aquele que a segurava. Houve luta, o possuidor da luz fugiu, mas, finalmente, cansados também daquele divertimento, desfilaram todos pela descida íngreme que levava à galeria principal da gruta, cada um levando na mão uma luzinha trémula, que ia revelando as saliências das paredes rochosas e baixas quase até o ponto onde estas se uniam por cima das cabeças.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 137

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174