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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 7

Chegou a manhã de sábado. Era Verão e tudo estava fresco, brilhante e cheio de vida. Havia uma cantiga em cada coração e, se o coração tinha poucos anos, essa cantiga vinha até aos lábios. Todos se mostravam contentes e andavam com desembaraço. As alfarrobeiras estavam em flor e o perfume dessas flores enchia o ar. Para lá da aldeia, o monte Cardiff estava coberto de vegetação e ficava precisamente à distância necessária para tomar o aspecto de uma Terra de Promissão, convidativa, cheia de sonhos e tranquilidade.

Tom apareceu no passeio junto da casa, com um balde de cal e um pincel de cabo comprido. Olhou para a vedação e toda a alegria do seu espírito deu lugar à mais profunda melancolia. Eram cerca trinta metros de tapume com dois ou três metros de altura. A vida parecia-lhe oca e a existência nada mais que um fardo. A suspirar, meteu o pincel na cal e passou-o ao longo da tábua mais alta. Repetiu a operação uma e outra vez; comparou a pequena tira caiada com a enorme superfície de madeira por caiar, e sentou-se desanimado no tronco de uma árvore.

Jim saiu aos pulos com um balde de folha, a cantar o «Buffalo Cals».

Acarretar água do chafariz tinha sido até então, aos olhos de Tom, um trabalho detestável, mas agora não lhe parecia tanto assim. Lembrava-se de que havia sempre muita gente, ali, de roda, e que rapazes e raparigas, brancos, mulatos e pretos, esperavam a sua vez descansando, trocando brinquedos, questionando, batendo-se e brincando. Lembrava-se também de que, embora o chafariz ficasse apenas a cento e quarenta metros de distância, Jim nunca voltava com um balde cheio de água em menos de uma hora, e mesmo assim tinha às vezes de ir alguém chamá-lo.

Tom disse:

- Olha, Jim, vou buscar a água e tu caias aqui um bocado. Jim abanou a cabeça e respondeu:

- Não poder, menino Tom. Senhora velha dizer que eu ter de ir buscar esta água e que não demorava brincar com ninguém. Ela dizer calcular que menino Tom pedia mim para caiar e dizer que eu ir fazer meu trabalho enquanto ela tomar conta caiação.

- Ora! Não te importes com o que ela diz. Isso é maneira de falar. Dá-me o balde que eu vou e só me demoro um minuto. Ela nem chega a saber.

- Não poder, menino Tom. Senhora velha dizer que cortar minha cabeça e cortar mesmo.

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Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 7

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174