A Esfinge sem Segredo - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 5 / 12

Cerca de uma semana depois, estava a jantar com Madame de Rastail. O jantar estava marcado para as oito horas, mas às oito e meia ainda nos achávamos à espera na sala de visitas. Por fim o criado abriu a porta e anunciou Lady Alroy. Era a mulher que eu estivera a procurar. Entrou muito devagar, parecendo um raio de lua cercado de renda cinzenta, e, para intenso deleite meu, pediram-me que a conduzisse à sala de jantar. Depois de nos sentarmos, observei-lhe com a maior inocência:

«Creio que já a vi, há algum tempo, na Rua Bond, Lady Alroy».

Ela ficou muito pálida e disse-me, em voz baixa:

«Por favor, não fale tão alto. Podem ouvi-lo».

Senti-me desditosíssimo por ter começado tão mal e mergulhei cegamente numa dissertação sobre peças francesas. Ela falava pouquíssimo, sempre com a mesma voz baixa e musical, parecendo receosa de que alguém a estivesse escutando. Senti-me apaixonadamente, estupidamente enamorado e a indefinível atmosfera de mistério que a cercava excitava, a mais não poder, a minha curiosidade.





Os capítulos deste livro