Mas soltei um grito de alegria: Lorde John estava ajoelhado ao meu lado.
Era ele e não ele. Tinha perdido a calma, a correcção da sua pessoa, a elegância do seu vestuário. Estava pálido os olhos espantados mostravam o ar de um animal selvagem, ofegava como alguém que tivesse corrido depressa e durante muito tempo. O rosto magro estava arranhado, ensanguentado, o fato parecia em farrapos, já não trazia chapéu. Contemplei-o, aturdido, mas não me deu tempo para interrogá-lo. Enquanto falava ia reunindo as nossas provisões.
- Depressa, bebé! Depressa! - gritou. - Cada segundo conta. Pegue nessas duas espingardas. Eu tenho as outras duas. Agora, todos os cartuchos que puder reunir. Encha as algibeiras. A seguir, alguns víveres. Uma meia dúzia de latas de conserva chegarão. Perfeito! Não perca tempo a fazer-me perguntas nem a pensar. Despachemo-nos ou seremos apanhados!
Ainda envolvido em sono, e completamente incapaz de adivinhar o que tudo aquilo poderia significar, pus-me a correr loucamente atrás dele através da floresta, com uma espingarda debaixo de cada braço e latas de conserva nas mãos. Lorde John deu uma quantidade de saltos por cima das silvas mais espessas até alcançar uma parte mais densa do matagal. Aí precipitou-se sem se preocupar com os espinhos e atirou-se ao chão, a seu lado.
- Uf! - ofegou.- Creio que aqui estamos em segurança. Eles irão ao Forte Challenger, é tão certo como dois e dois serem quatro. Será a sua primeira ideia. Mas penso que os despistámos.