O homem teria dado um bom sacerdote, com o seu rosto fino, cabelo grisalho e a maneira solene de falar. Ao pôr-me a mão no ombro, quando nos despedimos, tive a impressão de que se tratava de um pai a abençoar o próprio filho antes de deixá-lo partir através do mundo cruel.
Holmes riu consigo próprio e esfregou as mãos.
- Magnífico - exultou! - Diga-me, amigo Mac Donald; essa agradável entrevista ocorreu no gabinete do Prof. Moriarty?
- Precisamente.
- Uma linda sala, não é verdade?
- Muito bonita... muito elegante, de facto, Mr. Holmes.
- Você sentou-se diante da escrivaninha?
- Justamente.
- O sol batia-lhe nos olhos e o rosto do professor estava na sombra?
- Bem, a coisa foi à noite; lembro-me, porém, de haver uma lâmpada cuja luz fora dirigida para mim.
- Não podia deixar de ser. Chegou a notar um quadro que fica por cima da poltrona do professor?
- Muito pouca coisa me escapa. Mr. Holmes. - possível que tenha aprendido isso consigo. De facto, vi o quadro- uma jovem com a cabeça apoiada nas mãos e que parece fitar-nos com o canto do olho?
- Essa pintura é de Jean Baptiste Greuze.
O inspector esforçava-se por mostrar-se interessado.
- Jean Baptiste Greuze - continuou Holmes, unindo as pontas dos dedos e recostando-se melhor na poltrona,- eira um pintor francês que se distinguiu entre 1750 e 1880. Refiro-me, é claro, ao período da sua actividade. A crítica moderna tem reforçado amplamente a excelente reputação que dele formaram os seus contemporâneos.
Os olhos do inspector traíam o desinteresse.
- Não seria melhor... - interveio.
- É justamente o que estamos a fazer – interrompeu Holmes. - Tudo isto tem uma relação muito directa com o que o senhor chama o mistério de Birlstone.