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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 11

Da alma das bestas

Antes de admitir o estranho sistema que supõe que os animais são umas máquinas incapazes de sensação, os homens não acreditaram nunca que as bestas tivessem alma imaterial, e ninguém foi tão temerário a ponto de se atrever a dizer que a ostra estava dotada de alma espiritual. Estavam em acordo as opiniões e convinham que as bestas haviam recebido de Deus sentimento, memória, ideias, porém não espírito. Ninguém havia abusado do dom de raciocinar ao ponto de afirmar que a natureza concedeu às bestas todos os órgãos do sentimento para que não tivessem sentimento. Ninguém havia dito que gritam quando se as fere, que fogem quando se as persegue, sem sentir dor nem medo. Não se negava então a onipotência de Deus; reconhecendo que pode comunicar à matéria orgânica dos animais, o prazer, a dor, a lembrança, a combinação de algumas ideias: pode dotar a vários deles, como ao macaco, ao elefante, ao cão de caça, o talento para aperfeiçoar-se nas artes que se lhes ensinam. Porém Pereyra e Descartes sustentaram que o mundo se equivocava, que Deus dotara com todos os instrumentos da vida e da sensação aos animais, com o propósito deliberado de que careceriam de sensação e de vida propriamente dita; e outros que teriam pretensões de filósofos, com a ideia de contradizer a ideia de Descartes, conceberam a quimera oposta, dizendo que estavam dotados de espírito os animais, e que teriam alma os sapos e os insetos.

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Capa do livro Alma
Páginas: 51
Página atual: 11

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 8
Capítulo 3 11
Capítulo 4 16
Capítulo 5 18
Capítulo 6 20
Capítulo 7 23
Capítulo 8 31
Capítulo 9 40
Capítulo 10 42