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Capítulo 17: CAPÍTULO XVII - Chegada de Cândido e do seu criado ao país do Eldorado e o que aí Viram

Página 57

Os convivas eram, na sua maioria, negociantes e cocheiros, todos de extrema delicadeza, que fizeram algumas perguntas a Cacambo com a mais circunspecta discrição, respondendo às perguntas deste último da maneira mais satisfatória.

Quando a refeição terminou, Cacambo julgou, e o mesmo aconteceu a Cândido, que poderiam pagar a conta com duas das grandes marcas do ouro que tinham apanhado na estrada, e atiraram-nas para cima da mesa. O dono e a dona da hospedaria desataram num riso que durante muito tempo não lhes foi possível sufocar. Quando, por fim, conseguiram serenar, o hospedeiro explicou:

- Senhores, bem vemos que sois estrangeiros; nós não estamos habituados a vê-los. Perdoai-nos se desatámos a rir quando nos quisestes pagar a refeição com as pedras dos nossos caminhos. Sem dúvida alguma, não possuís moedas próprias deste país, mas também não são necessárias para este caso. Todas as hospedarias que existem para comodidade do comércio são subvencionadas pelo Governo. Comestes mal aqui, porque esta aldeia é pobre. Noutra parte sereis recebidos como mereceis.

Cacambo traduziu a Cândido o discurso do hospedeiro e Cândido escutou as suas palavras com a mesma admiração e surpresa com que o seu amigo as ouvira.

- Que país será este - diziam um ao outro -, desconhecido de todo o resto do universo e cuja natureza é de uma espécie tão diferente da nossa? É provavelmente o país em que tudo corre bem, porque é forçoso que haja um em que tal aconteça. E, apesar do que dizia mestre Pangloss, algumas vezes me apercebi de que tudo corria mal na Vestefália.

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pág. 57 (Capítulo 17)

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Capa do livro Cândido
Páginas: 118
Página atual: 57

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I - Como Cândido foi educado num belo castelo e porque dele foi expulso 1
CAPÍTULO II - O que aconteceu a Cândido entre os Búlgaros 4
CAPÍTULO III - Como Cândido se livrou dos Búlgaros e o que lhe aconteceu 7
CAPÍTULO IV - Como Cândido encontrou o seu antigo mestre de filosofia, o Dr. Pangloss, e o que lhe aconteceu 10
CAPÍTULO V - Tempestade, naufrágio, tremor de terra, e o que aconteceu ao Dr. Pangloss, a Cândido e ao anabaptista Tiago 14
CAPÍTULO VI - Como se fez um belo auto-de-fé para impedir os tremores de terra e como Cândido foi açoitado 18
CAPÍTULO VII - Como uma velha cuidou de Cândido e ele encontrou aquela que amava 20
CAPÍTULO VIII - História de Cunegundes 23
CAPÍTULO IX - O que aconteceu a Cunegundes, a Cândido, ao inquisidor-mor e ao judeu 27
CAPÍTULO X - Em que angústia Cândido, Cunegundes e a velha chegam a Cádis e como embarcaram 29
CAPÍTULO XI - História da velha 32
CAPÍTULO XII - Continuação da história das desgraças da velha 36
CAPÍTULO XIII - Como Cândido foi obrigado a separar-se da bela Cunegundes e da velha 40
CAPÍTULO XIV - Como Cândido e Cacambo foram recebidos entre os jesuítas do Paraguai 43
CAPÍTULO XV - Como Cândido matou o irmão da sua querida Cunegundes 47
CAPÍTULO XVI - O que aconteceu aos dois viajantes com duas raparigas, dois macacos e os selvagens chamados Orelhões 50
CAPÍTULO XVII - Chegada de Cândido e do seu criado ao país do Eldorado e o que aí Viram 54
CAPÍTULO XVIII - O que viram no país do Eldorado 58
CAPÍTULO XIX - O que lhes aconteceu em Suriname e como Cândido conheceu Martin 64
CAPÍTULO XX - O que aconteceu no mar a Cândido e a Martin 70
CAPÍTULO XXI - Cândido e Martin aproximam-se das costas de França e filosofam 73
CAPÍTULO XXII - O que aconteceu em França a Cândido e a Martin 75
CAPÍTULO XXIII - Cândido e Martin dirigem-se para as costas de Inglaterra e o que por lá vêem 87
CAPÍTULO XXIV - De Paquette e do Irmão Giroflée 89
CAPÍTULO XXV - Visita ao Sr. Pococuranté, nobre veneziano 94
CAPÍTULO XXVI - De uma ceia que Cândido e Martin tiveram com seis estrangeiros e quem eles eram 100
CAPÍTULO XXVII - Viagem de Cândido para Constantinopla 104
CAPÍTULO XXVIII - O que aconteceu a Cândido, Cunegundes, Pangloss, Martin, etc. 108
CAPÍTULO XXIX - Como Cândido reencontrou Cunegundes e a velha 111
CAPÍTULO XXX – Conclusão 113