Capítulo 1: Acto Primeiro
Página 19
(Chega à varanda e olha para o rio). O ar está sereno, o mar tão quieto, e a tarde tão linda… quási que não há vento, é uma viração que afaga… Oh! e quantas faluas navegando tão garridas por esse Tejo! Talvez nalguma delas - naquela tão bonita - venha Manuel de Sousa. Mas neste tempo não há que fiar no Tejo: dum instante para o outro levanta-se uma nortada… e então aqui o pontal de Cacilhas! Que ele é tão bom mareante.. Ora, um cavaleiro de Malta! (Olha para o retrato com amor). Não é isso o que me dá maior cuidado; mas em Lisboa ainda há peste, ainda não estão limpos os ares… e essoutros ares que por aí correm destas alterações públicas, destas malquerenças entre castelhanos e portugueses! Aquele carácter inflexível de Manuel de Sousa traz-me num susto contínuo. Vai, vai a Frei Jorge, que diga se sabe alguma coisa, que me assossegue, se puder.
|
|
 |
Páginas: 122
|
|
|
|
|
|
Os capítulos deste livro:
|
|
|