CENA III
MADALENA, TELMO, MARIA
MARIA
(entrando com umas flores na mão, incontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena)
- Bonito! Eu há mais de meia hora no eirado passeando - e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os bergantins que andam para baixo e para cima - e já aborrecida de esperar… e o senhor Telmo aqui posto a conversar com a minha mãe, sem se importar de mim. Que é do romance que me prometestes? Não é o da batalha, não é o que diz:
Postos estão, frente a frente,os dous valorosos campos;(7)
é o outro, é o da ilha incuberta onde está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há-de vir, um dia de névoa muito cerrada…(8) Que ele não morreu; não é assim, minha mãe?
MADALENA
- Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo de Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na desgraça.