Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
Navegar
> Artigos > 2013 > O Nascimento do Romance (6 de 6)

O Nascimento do Romance (6 de 6)

Na época de Richardson foram criadas as primeiras bibliotecas itinerantes.

Além do seu génio pessoal, Richardson teve a sorte de escrever numa época em que havia uma nova camada de público para as obras. A primeira biblioteca itinerante de Londres foi criada em 1740, no ano em que se publicou Pamela, e estas bibliotecas viriam a produzir um enorme efeito, por vezes pernicioso, devido ao género de romances que os ingleses haviam de escrever durante os 150 anos seguintes. Havia uma nova classe média com bastante tempo e necessidades literárias para querer, e ser capaz de ler, romances acerca de si própria e do seu mundo. Métodos de impressão mais baratos, serviço postal melhorado e uma população crescente – a população de Londres duplicou durante o século XVIII – tudo isto contribuiu para o êxito do romance.

Além disso, as querelas religiosas do século XVII tinham acabado, e os leitores interessados na controvérsia religiosa diminuíram consequentemente, durante o século XVIII. Onde antes a biblioteca do inglês consistia na Bíblia, as obras completas de Shakespeare, o Progresso do Peregrino ou o Paraíso Perdido e os sermões obrigatórios da autoridade eclesiástica local, incluía agora um jornal como o Tatler, de Addison Steele, ou o Spectator e às vezes um ou dois romances. E quem estaria disposto a ler uma série de sermões quando podia ler uma história intensa, cheia de suspense e viva como Pamela? De maneira significativa, o romance estabeleceu-se como um substituto secular da literatura religiosa do século anterior. No Joseph Andrews, de Fielding, por exemplo rimos com as tentativas do pobre pároco Adams para impingir os seus sermões a um livreiro. É evidente que o mercado era fraco nesta espécie de género literário na Idade da Razão.

Mas o mercado estava forte e activo no que se refere a Pamela, e a obra de Richardson foi um êxito imediato, não apenas entre as criadas ambiciosas de Inglaterra, mas também entre os filósofos de França.

O Romance estava aí, em força, e vinha para ficar.

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6
anúncio
Artigo o-nascimento-do-romance-6
Título: O Nascimento do Romance (6 de 6)
Data: 18/01/2013
Autor:
Tema:
3778 visualizações


Utilizamos cookies para personalizar conteúdo e anúncios, fornecer funcionalidades de redes sociais e analisar o nosso tráfego. Também partilhamos informações acerca da sua utilização do site com os nossos parceiros de redes sociais, publicidade e análise. Saiba mais | Compreendi