Fiódor foi o segundo dos sete filhos nascidos do casamento entre Mikhail Dostoyevski e Maria Fedorovna. Mikhail era um pai autoritário, então médico no Hospital de pobres Mariinski, em Moscovo, e a mãe era vista pelos filhos como um paraíso de amor e de protecção do ambiente familiar. Nasceu em Moscovo a 11 de Novembro de 1821.
Seu pai tornou-se um nobre em 1828. Até 1833, Fiódor foi educado em casa, mas com a morte precoce da mãe por tuberculose em 1837, e a decorrente depressão e alcoolismo do pai, foi conduzido, com o irmão Fiódor Mikhail, à Escola Militar de Engenharia de São Petersburgo, onde começou a demonstrar interesse pela Literatura.
Em 1839, quando tinha dezoito anos, recebeu a notícia de que seu pai havia morrido. É aceito hoje, porém sem provas concretas, que o doutor Mikhail Dostoiévski, seu pai, foi assassinado pelos próprios servos de sua propriedade rural em Daravói, indignados com os maus tratos sofridos. Tal facto exerceu uma enorme influência sobre o futuro do jovem Fiódor, que desejou impetuosamente a morte de seu progenitor e em contrapartida se culpou por isso, facto que motivou Freud a escrever o polémico artigo Dostoiévski e o Parricídio.
Dostoiévski sofria de epilepsia e seu primeiro ataque ocorreu quando tinha ainda nove anos. As suas experiências epilépticas serviram-lhe de base para a descrição de alguns de seus personagens, como o príncipe Myshkin no romance O idiota, e de Smerdyakov na obra Os Irmãos Karamazov.
Deixou o exército aos 22 anos para consagrar-se na carreira literária. Mesmo afastado das armas, envolveu-se numa conspiração revolucionária, foi preso e condenado à morte. No último momento, já no patíbulo, teve a pena comutada.
Passou cinco anos na Sibéria, no presídio de Omsk, e mais cinco como soldado raso. Descreveu a terrível experiência no romance Recordação da Casa dos Mortos. Estudos médicos permitiram diagnosticar que sofria de epilepsia temporal. Suas crises sistemáticas, que ele atribuía a "uma experiência com Deus", tiveram papel importante em sua crise religiosa e em sua conversão durante o desterro, quando a Bíblia era sua única leitura.
Essas dificuldades pessoais sem dúvida ajudaram a fazer de Dostoievski um dos maiores romancistas de todos os tempos. Inspirado pelo cristianismo evangélico, passou a pregar a solidariedade como principal valor da cultura eslava e morreu em São Petersburgo em 09 de Fevereiro de 1881