Jack London nasceu em 12 de Janeiro de 1876. Escreveu obras muito diversas, desde histórias de amor convencionais até à literatura fantástica. Torna-se, porém, mundialmente famoso com os livros "The Call of the Wild" ("O Apelo da Floresta"), "White Fang" ("O Presas Brancas") e "The Sea-Wolf" ("O Lobo do Mar"): Além da escrita, outra grande paixão de London foi a agricultura, tendo desenvolvido um rancho de que era proprietário. Morreu em 22 de Novembro de 1916 com a idade de 40 anos. As suas obras principais continuam a ser lidas com entusiasmo pelas sucessivas gerações e têm servido de base a adaptações ao cinema e à televisão.
A obra
A ocupação do pai, a astrologia, poderia ter-lhe augurado um destino indulgente; o meio social da mãe, também rico e culto, da alta sociedade de Ohio, poderia tê-lo isentado de uma luta demasiado violenta pela vida. Mas não. Passou a adolescência nos cais de S. Francisco e aos quinze anos começou a trabalhar numa fábrica de conservas. Viveu à margem da lei, alcoólico e brigão, com uma única luz: a devoradora paixão pela leitura. Irving, Wilkie Collins, Kipling, toda a biblioteca de Oaldand balanceavam como uma vida dupla a sordidez dos seus dias. Encontraria uma paixão paralela: a política. As leituras e o compromisso com o socialismo ver-se-iam aumentadas por uma vocação aventureira que, primeiro, o levaria a caçar focas no Árctico e, depois, a procurar ouro no Alasca. Ao regressar da sua primeira viagem, deparou com a Grande Depressão de 1893, que o obrigou a viver as horríveis condições dos desempregados. Assim, somou às suas paixões a da justiça social. Foi o momento em que leu o Manifesto Comunista e entrou em contacto com o evolucionismo. Tornou-se socialista activo e idealista
Contudo, a sua celebridade não se deve às obras que escreveu impulsionado pela ideologia — A Luta de Classes (1905) e A Deriva Humana (1917, edição póstuma) —, mas antes aos seus relatos de aventuras, especialmente O Apelo da Floresta (1903), em que apresenta um cão doméstico transformado em chefe de uma alcateia de lobos, alegoria da sobrevivência darwinista, escrita com estilo de qualidade. Também O Lobo do Mar (1904), narração centrada na figura do capitão Wolf Larsen, homem decidido a pôr em prática o super-homem de Nietzsche e Spencer, mas que é derrotado pela cegueira e pelos desígnios de um diletante sob as suas ordens. Presas Brancas (1906) retoma, mas ao contrário, o tema de O Apelo da Floresta: é a inserção de uma fera no mundo humano. As peripécias que Jack London viveu durante a febre do ouro no Alasca, em 1897, surgem no relato autobiográfico A Paixáo de Martin Eden (1909), em que se tornam patentes as contradições do escritor e a sua passagem desde as penosas condições do pioneiro até ao bem-estar do autor de êxito. O mesmo tom aventureiro pulsa nos seus inumeráveis contos, reunidos em colecções como A Aventura do Grande Norte e Outros Relatos, Contos dos Mares do Sul, Uma Aventura no Ar e Outros Contos.
Embora as suas obras fossem publicadas no século XX, Jack London deve ser considerado um escritor do século em que se fundou a literatura norte-americana. É evidente que a sua literatura e a sua temática se inscrevem mais na tradição de Cooper, Irving e Twain que na dos escritores modernos.