Mário de Sá-Carneiro nasceu no dia 19 de maio de 1890 no seio de uma família burguesa de Lisboa com grande tradição militar. Ficou órfão de mãe com apenas dois anos tendo sido entregue ao cuidado dos avós em Camarate, passando aí a maior parte da infância.
Com doze anos faz os primeiros poemas, aos quinze já traduzia «Os Miseráveis» de Victor Hugo e com dezasseis, Goethe e Schiller.
Em 1911, quando tinha vinte e um anos, ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra mas não conclui sequer o primeiro ano.
Em 1912 conhece o seu grande amigo, Fernando Pessoa.
Desiludido com Coimbra, segue para Paris para concluir os seus estudos universitários essencial a ajuda financeira do pai. Em Paris opta pela vida boémia dos cafés e salas de espectáculo em detrimento da Sorbonne. Debatendo-se com algum desespero, e uma crise existencial, chega até a passar fome e, é nesse ambiente de frustração que produz a maior parte da sua obra poética.
Juntamente com Fernando Pessoa e Almada Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português, influenciado pela vanguarda cultural europeia, sendo responsável pela edição da revista literária Orpheu. Na altura esta publicação e seus autores foram alvo do sarcasmo da elite literária do momento. Já há muito que é reconhecido que esta revista foi um dos marcos da introdução do modernismo em Portugal.
Em 31 de Março de 1916 Mário de Sá-Carneiro escreve uma carta a seu grande amigo Fernando Pessoa que começa assim: «Meu querido Amigo. A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera, o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. (...)»
Embora adiasse o seu fim por mais alguns dias, no dia 26 de Abril de 1916, nu Hotel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, Mário de Sá-Carneiro ingere cinco frascos de arseniato de estricnina. Tinha apenas vinte e cinco anos.