Frei Luís de Sousa - Cap. 1: Acto Primeiro Pág. 13 / 122

o meu… E então sem nenhum fundamento, sem o mais leve indício… Pois dizei-me em consciência, dizei-mo de uma vez, claro e desinganado: a que se apega esta vossa credulidade de sete… e hoje mais catorze… vinte e um anos?

TELMO

(gravemente)

- Às palavras, às formais palavras daquela carta, escrita na própria madrugada do dia da batalha, e entregue a Frei Jorge, que vo-la trouxe. - «Vivo ou morto» - rezava ela - vivo ou morto… Não me esqueceu uma letra daquelas palavras; e eu sei que homem era meu amo para as escrever em vão: - «vivo ou morto, Madalena, hei-de ver-vos pelo menos ainda uma vez neste mundo». - Não era assim que dizia?

MADALENA

(aterrada)

- Era.

TELMO

- Vivo não veio… inda mal! E morto… a sua alma, a sua figura…

MADALENA

(possuída de grande terror)

- Jesus, homem!

TELMO

- Não vos apareceu de certo.





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