MADALENA
- Não; credo!
TELMO
(misterioso)
- Bem sei que não. Queria-vos muito; e a sua primeira visita, como de razão, seria para minha senhora. Mas não se ia sem aparecer também ao seu aio velho.
MADALENA
- Valha-me Deus, Telmo! Conheço que desarrazoais; e contudo as vossas palavras metem-me medo… Não me façais mais desgraçada.
TELMO
- Desgraçada! Porquê? Não sois feliz na companhia do homem que amais, nos braços do homem a quem sempre quisestes mais sobre todos? Que o pobre de meu amo… respeito, devoção, lealdade, tudo lhe tivestes, como tão nobre e honrada senhora que sois… mas amor!
MADALENA
- Não está em nós dá-lo, nem quitá-lo, amigo.
TELMO
- Assim é. Mas os ciúmes que meu amo não teve nunca - bem sabeis que têmpera d’alma era aquela - tenho-os eu… aqui está a verdade nua e crua… tenho-os eu por ele.