Frei Luís de Sousa - Cap. 1: Acto Primeiro Pág. 5 / 122

Uma senhora aquela… pobre menina!

MADALENA

(com as lágrimas nos olhos)

- És muito amigo dela, Telmo?

TELMO

- Se sou! Um anjo como aquele… uma viveza, um espírito!… e então que coração!

MADALENA

- Filha da minha alma! (Pausa; mudando de tom). Mas olha, meu Telmo, torno a dizer-to: eu não sei como hei-de fazer para te dar conselhos. Conheci-te de tão criança, de quando casei a… a… a… primeira vez, costumei-me a olhar para ti com tal respeito - já então eras o que hoje és, o escudeiro valido, o familiar quase parente, o amigo velho e provado de teus amos…(4).

TELMO

(internecido)

- Não digais mais, senhora, não me lembreis de tudo o que eu era.

MADALENA

(quase ofendida)

- Porquê? Não és hoje o mesmo, ou mais ainda, se é possível? Quitaram-te alguma coisa da confiança, do respeito, do amor e carinho a que estava costumado o aio fiel de meu senhor D.





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