O Raposo - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 41 / 111

- Lá está ele! - gritou de modo involuntário, como alguém terrivelmente assustado.

Banford, estupefacta, passeou os olhos pela sala, endireitando-se na cadeira.

- Mas o que é que te deu, Nellie? - exclamou ela.

Mas March, um leve tom rosa nas faces ruborizadas, estava a olhar para a porta.

- Nada! Nada! - respondeu de mau modo. - Já não se pode falar?

- Pode, claro que pode - disse Banford.

- Desde que tenha algum sentido... Mas que querias tu dizer?

- Não sei, não sei o que quis dizer replicou March, impaciente.

- Oh, Nellie, espero que não estejas a tornar-te nervosa e irritável. Sinto que não poderia suportá-lo! Mais isso, não! - disse a pobre Banford, num ar assustado. - Mas a quem te referias? Ao Henry?

- Sim, suponho que sim - declarou March, lacónica. Nunca teria tido coragem de falar do raposo.

- Oh, meu Deus! Esta noite estou com os nervos arrasados -lamentou-se Banford.

Às nove horas, March trouxe um tabuleiro com pão, queijo e chá, pois Henry declarara preferir uma chávena de chá. Banford bebeu um copo de leite acompanhado com um pouco de pão. E mal acabara ainda de comer quando disse:

- Vou-me deitar, Nellie. Esta noite estou uma pilha de nervos. Não vens também?

- Sim, vou já, é só o tempo de ir arrumar o tabuleiro - respondeu March.

- Não te demores, então - disse Banford, algo agastada. - Boa noite, Henry. Se for o último a subir, não se esqueça do lume, está bem?

- Sim, Miss Banford, não me esquecerei, esteja descansada - replicou ele em tom tranquilizador.

Enquanto Banford subia as escadas já de palmatória na mão, March acendia entretanto uma vela a fim de ir até à cozinha.





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