7.
Mas, meu caro, o que é que é romantismo se seu livro não é romântico? Pode-se levar o ódio contra a “atualidade”, a verdade e as “ideias modernas” mais adiante, do que foi levado em sua metafísica-artística? — Que prefere crer no nada, no diabo mesmo, do que no “agora”? Não zumbe o ódio e o desejo de destruição sob toda sua arte vocal de contraponto e sedução auditiva, uma resolução irada contra tudo que é “agora”, um desejo não muito distante do niilismo prático e que parece dizer: “melhor ser nada verídico do que vós terdes razão, do que ficar com a razão a vossa verdade”! Ouvi, senhor pessimista e divinizador da arte, ouvi com ouvido bem aberto um único trecho de vosso livro, não aquela passagem sem eloquência, que poderia soar para corações e ouvidos jovens como capciosa e atraente: não é esta, porventura, a legítima e real confissão romântica de 1830 sob a máscara do pessimismo de 1850? Atrás dela já preludia o final romântico comum e usual, — ruína, colapso, volta e queda ante uma fé antiga, ante o deus antigo...