A Origem da Tragédia - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 3 / 164

“Repugnância profunda pelo cristianismo. Por quê? A decadência do ser alemão atribui-se-lhe.

“Não se pode justificar o mundo senão esteticamente: Desconfiança contra a moral (ela pertence ao mundo dos fenômenos).

“A felicidade da existência é possível somente como felicidade na aparência (— o “ser” como a imaginação do que sofre na realização).

“A felicidade na realização é somente possível na destruição do verdadeiro, da “existência”, da aparência bela, na destruição pessimista da ilusão: na destruição mesmo do seu mais belo brilho, atinge a felicidade dionisíaca o seu auge.”

Desde 1869 começou Nietzsche a preocupar-se com as ideias da “Origem da Tragédia” e já nas conferências que pronunciou em 1870 no Museum de Basiléia: “o drama musical grego” e “Sócrates e a Tragédia”, encontramos a expressão provisória das ideias coligidas nesta obra. Publicou seu livro pela primeira vez em 1872 na editora E.W. Fritzsch-Leipzig, sob o título: A Origem da Tragédia, proveniente do espírito da música. Nova edição foi publicada em 1886, com prefácio escrito em Sils-Maria, sob o título A Origem da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Segundo o costume atual, porém, leva esta tradução o primeiro título, apesar de nela se achar incluído o prefácio de 1886. (Ensaio de uma Autocrítica).

Não podemos separar esta obra do Wagnerianismo, que por essa época foi preponderante do espírito de Nietzsche. A obra, como a conhecemos, pode ser quase chamada de fragmentária, pois o jovem Nietzsche desejou fazer vasto trabalho sobre os gregos, mas foi, por razões diversas, levado a modificar seu plano de trabalho, terminando o livro por uma apologia de Wagner.





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