O Triunfo dos Porcos - Cap. 5: CAPÍTULO V Pág. 39 / 94

Os planos, entretanto, haviam, sido elaborados até o último detalhe. Uma comissão especial de porcos trabalhara neles durante as três últimas semanas. A construção do moinho de vento, com vários outros melhoramentos, deveria levar dois anos.

Naquela tarde, Garganta explicou aos outros bichos, em particular, que Napoleão nunca for a contra a construção do moinho de vento. Pelo contrário, ele é que advogara a ideia desde o início, e o plano que Bola-de-Neve havia desenhado no assoalho do galpão das incubadoras fora, na realidade, roubado de entre os papéis de Napoleão. O moinho de vento, era, em verdade, criação do próprio Napoleão.

- Por que, então - perguntou alguém -, ele tanto falou contra o moinho?

Garganta olhou, manhoso.

- Aí é que estava a esperteza do Camarada Napoleão - disse. - Ele fingira ser contra o moinho de vento, apenas como manobra para livrar-se de Bola-de-Neve, que era um péssimo caráter e uma influência perniciosa. Agora que Bola-de-Neve saíra do caminho, o plano podia prosseguir sem sua interferência. Isso era uma coisa chamada tática.

Repetiu inúmeras vezes "Tática, camaradas, tática!", saltando à roda e sacudindo o rabicho com um riso jovial. Os bichos não estavam muito certos do significado da palavra, mas Garganta falava tão persuasivamente e os três cachorros - que por coincidência estavam com ele - rosnavam tão ameaçadoramente, que aceitaram a explicação sem mais perguntas.





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