Os Lusíadas - Cap. 5: CANTO V Pág. 251 / 559

27 - (Aprisionamento de um indígena)
“Achamos ter de todo já passado
Do Semicapro peixe a grande meta,
Estando entre ele e o círculo gelado
Austral, parte do mundo mais secreta.
Eis, de meus companheiros rodeado,
Vejo um estranho vir de pele preta,
Que tomaram por força, enquanto apanha
De mel os doces favos na montanha.

 

28
“Torvado vem na vista, como aquele
Que não se vira nunca em tal extremo;
Nem ele entende a nós, nem nós a ele,
Selvagem mais que o bruto Polifemo.
Começo-lhe a mostrar da rica pelo
De Colcos o gentil metal supremo,
A prata fina, a quente especiaria:
A nada disto o bruto se movia.

 





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