CENA V
JORGE, MADALENA, MARIA
JORGE
- Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulário e depois a mão; Madalena somente o escapulário)
MADALENA
- Sejais bem-vindo, meu irmão!
MARIA
- Boas tardes, tio Jorge!
JORGE
- Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vos, mana Madalena; mas não vós aflijais, espero que não há-de ser nada. É certo que tive notícias de Lisboa…
MADALENA
(assustada)
- Pois que é, que foi?
JORGE
- Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade… é um capricho verdadeiro… Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora, que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares.