Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 48 / 122

E a minha pena, toda a minha pena é que o não conheci, que o não estimei sempre no que ele valia.

MARIA

(com as lágrimas nos olhos, e tomando-lhe as mãos)

- Meu Telmo, meu bom Telmo, é uma glória ser filha de tal pai, não é? Dize!

TELMO

- Sim, é; Deus o defenda!

MARIA

- Deus o defenda! Ámen. E eles, os tiranos governadores, ainda estarão muito contra meu pai? Já soubeste hoje alguma coisa das diligências do tio Frei Jorge?

TELMO

- Já, sim. Vão-se desvanecendo, ainda bem! os agouros de vossa mãe… hão-de sair falsos de todo. O arcebispo, o conde de Sabugal, e os outros, já vosso tio os trouxe à razão, já os moderou. Miguel de Moura é que ainda está renitente; mas há-de passar. Por estes dias fica tudo sossegado. Já o estava, se ele quisesse dizer que o fogo tinha pegado por acaso.





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