Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 58 / 122

Poetas e trovadores padecem todos da cabeça… e é um mal que se pega.

MARIA

- E então para que fazeis vós como eles?… Eu bem sei que fazeis.

MANUEL

(sorrindo)

- Se tu sabes tudo, Maria, minha Maria! (amimando-a.) Mas não sabias ainda agora de quem era aquele retrato…

MARIA

- Sabia.

MANUEL

- Ah, você sabia e estava fingindo?

MARIA

(gravemente)

- Fingir, não, meu pai. A verdade… é que eu sabia de um saber cá de dentro; ninguém mo tinha dito; e eu queria ficar certa.

MANUEL

- Então adivinhas, feiticeira. (Beija-a na testa.) Telmo, ide ver se chamais meu irmão; dizei-lhe que estou aqui.

CENA III

MANUEL DE SOUSA e MARIA

MANUEL

- Ora ouve cá, filha. Tu tens uma grande propensão para achar maravilhas e mistérios nas coisas mais naturais e singelas.





Os capítulos deste livro