MARIA
- E então para que fazeis vós como eles?… Eu bem sei que fazeis.
MANUEL
(sorrindo)
- Se tu sabes tudo, Maria, minha Maria! (amimando-a.) Mas não sabias ainda agora de quem era aquele retrato…
MARIA
- Sabia.
MANUEL
- Ah, você sabia e estava fingindo?
MARIA
(gravemente)
- Fingir, não, meu pai. A verdade… é que eu sabia de um saber cá de dentro; ninguém mo tinha dito; e eu queria ficar certa.
MANUEL
- Então adivinhas, feiticeira. (Beija-a na testa.) Telmo, ide ver se chamais meu irmão; dizei-lhe que estou aqui.
CENA III
MANUEL DE SOUSA e MARIA
MANUEL
- Ora ouve cá, filha. Tu tens uma grande propensão para achar maravilhas e mistérios nas coisas mais naturais e singelas.