E não obstante, até então, aquele matrimônio era o seu sonho dourado. Pois agora, nas vésperas de obtê-lo, sentia repugnância em dar-se ao noivo, e, se não fora a mãe, seria muito capaz de dissolver o ajuste.
Mas, daí a uma semana, a estalagem era toda em rebuliço desde logo pela manhã. Só se falava em casamento; havia em cada olhar um sanguíneo reflexo de noites nupciais. Desfolharam-se rosas à porta da Pombinha. Às onze horas parou um carro à entrada do cortiço com uma senhora gorda, vestida de seda cor de pérola. Era a madrinha que vinha buscar a noiva para a igreja de São João Batista. A cerimônia estava marcada para o meio-dia. Toda esta formalidade embatucava os circunstantes, que se alinhavam imóveis defronte do número 15, com as mãos cruzadas atrás, o rosto paralisado por uma comoção respeitosa; alguns sorriam enternecidos; quase todos tinham os olhos ressumbrados d’água.
Pombinha surgiu à porta de casa, já pronta para desferir o grande vôo; de véu e grinalda, toda de branco, vaporosa, linda. Parecia comovida; despedia-se dos companheiros atirando-lhes beijos com o seu ramalhete de flores artificiais. Dona Isabel chorava como criança, abraçando as amigas, uma por uma.
— Deus lhe ponha virtude! exclamou a Machona. E que lhe dê um bom parto, quando vier a