O Raposo - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 4 / 111

A comida era escassa e má. E quando o Daylight Saving Bill entrou em vigor, as aves recusaram-se obstinadamente a ir dormir à hora habitual, por volta das nove no tempo de Verão. E, na verdade, isso já era bastante tarde, pois até elas estarem recolhidas e a dormir era impossível ter-se paz. Agora, andavam animadamente às voltas por ali, limitando-se de quando em vez a relance ar os olhos para o celeiro, isto até por volta das dez horas ou mais. Mas tanto Banford como March discordavam de que a vida fosse só para trabalhar. Gostariam de ter tempo para ler ou para andar de bicicleta à tardinha, ou talvez mesmo March desejasse poder pintar cisnes curvilíneos em porcelanas de fundo verde ou fazer maravilhosos guarda-fogos através de processos do domínio da alta técnica da marcenaria. Pois ela era uma criatura cheia de estranhas fantasias e tendências insatisfeitas. Mas as estúpidas das aves impediam-na de tudo isso.

E havia um mal bem pior que tudo o resto. Bailey Farm era uma pequena fazenda com um velho celeiro de madeira e uma casa baixa, de telhado de empena, apenas separada da orla do bosque por um pequeno campo. Ora, desde a guerra que rondava por ali um raposo, raposo que se revelara um autêntico demónio. Apoderava-se das galinhas mesmo debaixo do nariz de March e Banford. Banford bem podia sobressaltar-se e olhar atentamente através dos seus grandes óculos, os olhos muito arregalados, ao levantar-se a seus pés um novo alvoroço de grasnidos, cacarejos e adejar de asas. Demasiado tarde! Outra galinha branca que se fora, outra Leghorn perdida. Era, de facto, desencorajador.

Elas fizeram o que puderam para remediar o caso. Quando chegou a época da caça às raposas, ambas passaram a postar-se de sentinela





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