- Já reparou como as galinhas ficaram tão assustadas mal o cheiraram? - perguntou ele.
- Sim, lá isso é verdade!
- Tenha cuidado não vá apanhar pulgas, olhe que ele está cheio delas!
- Oh! Pulgas!. .. - replicou ela com indiferença.
Nesse mesmo dia, veio mais tarde a ver a pele do raposo esticada e pregada numa tábua, dir-se-ia quase que crucificada. E sentiu um estranho mal-estar.
O rapaz continuava furioso. Andava por ali sem dizer palavra, de lábios cerrados, como se houvesse engolido parte dos queixos. Mas, como de costume, comportava-se de forma correta, sempre cortês e afável. Não disse absolutamente nada sobre as suas intenções. E, além do mais, não abordou March o dia inteiro.
Naquela noite, deixaram-se estar na sala de jantar, pois Banford não queria voltar a vê-lo na sua salinha. Uma enorme acha ardia suavemente na lareira. Todos pareciam ocupados:
Banford a escrever cartas, March a coser um vestido e ele a consertar qualquer pequeno utensílio. De tempos a tempos, Banford parava de escrever a fim de descansar os olhos, aproveitando então para dar uma olhadela em seu redor. O rapaz estava de cabeça baixa, debruçado sobre o seu trabalho, o rosto oculto entre os braços.
- Ora, vejamos! - disse Banford. - Qual o comboio em que pensa partir, Henry?
Ele levantou a cabeça, olhando de frente.
- No de amanhã de manhã - respondeu.
- Qual, no das oito e dez ou no das onze e vinte?
- No das onze e vinte, suponho eu - replicou ele.
- Mas isso é só depois de amanhã, não é? - disse Banford.
- Sim, é verdade, é só depois de amanhã.