À Memória do Presidente-rei Sidónio Pais - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 3 / 15

No mysterio onde a Morte some

Aquillo a que a alma chama a vida,

Que resta d’elle a nós – só o nome

E a fé perdida?

* * *

Se Deus o havia de levar,

Para que foi que nol-o trouxe –

Cavalleiro leal, do olhar

Altivo e doce?

***

Soldado-rei que oculta sorte

Como em braços da Pátria ergueu,

E passou como o vento norte

Sob o ermo céu.

* * *

Mas a alma acesa não aceita

Essa morte absoluta, o nada

De quem foi a Pátria, e fé eleita,

E ungida a espada.

* * *

Se o amor crê que a Morte mente

Quando a quem quer leva de novo,

Quão mais crê o Rei ainda existente

O amor de um povo!

***





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