Ela abandonou a religião pelo mesmerismo, o mesmerismo pela política, e a política pelas emoções melodramáticas de filantropia. Na verdade, ela era um tipo de Proteus, e tão fracassada em todas as suas transformações quanto foi esse assombroso deus do mar quando Odisseu o apanhou. Um dia um folhetim se iniciou em uma das revistas francesas. Na época eu costumava ler histórias de folhetim, e eu bem lembro o choque de surpresa que senti quando cheguei à descrição da heroína. Ela era tão parecida com a minha amiga que eu lhe trouxe a revista, e ela se reconheceu nela imediatamente, e pareceu fascinada pela semelhança. Eu devia lhe contar, aliás, que a história foi traduzida de algum falecido escritor russo, então o autor não pegou seu tipo de minha amiga. Bem, resumindo, alguns meses depois estava eu em Veneza, e encontrando a revista na sala de leitura do hotel, eu peguei casualmente para ver o que havia sido da heroína.