Falar Verdade a Mentir - Cap. 1: FALAR VERDADE A MENTIR Pág. 5 / 57

Mas... mas passemos à vil prosa dos interesses materiais do país, se é preciso. Vá. Far-te-ei mais esse sacrifício. Que exiges tu de mim?

JOAQUINA - Que deixes essas patetices agora e oiças. O meu amo, o senhor Brás Ferreira, que é um ricaço como tu sabes, um daqueles negociantes do Porto que têm dinheiro como milho, vem de propósito a Lisboa para casar a menina. É uma filha única, e morre por mim, coitada! É um anjo! Prometeu-me que no dia que se assinassem as escrituras tinha eu o meu dote.

JOSÉ FÉLIX - Dote! Céus! um dote... Oh Joaquina, pois tu tens um dote?... Não quero saber de quanto. Quem eu! Maldição sobre mim!

JOAQUINA - Cem moedas.

JOSÉ FÉLIX - Oh! seja o que for, que me importa? O amor, o amor verdadeiro não conta os pintos do objeto amado... Não... E é em dinheiro de contado, sonante, Joaquina?

JOAQUINA - Sim senhor.





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