Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 49 / 122

Mas ainda bem que o não quis fazer: era desculpar com a vilania de ua mentira o generoso crime por que o perseguem.

MARIA

- Meu nobre pai! Mas quando há-de ele sair daquele homizio? Passar os dias retirado nessa quinta tão triste d’além do Alfeite, e não poder vir aqui senão de noite, por instantes, e Deus sabe com que perigo!

TELMO

- Perigo nenhum; todos o sabem e fecham os olhos. Agora é só conservar as aparências aí mais uns dias, e depois fica tudo como dantes.

MARIA

- Ficará, pode ser; Deus queira que seja! Mas tenho cá uma coisa que me diz que aquela tristeza de minha mãe, aquele susto, aquele terror em que está, e que ela disfarça com tanto trabalho na presença de meu pai (também a mim mo queria incobrir, mas agora já não pode, coitada!), aquilo é pressentimento de desgraça grande… Oh, mas é verdade… vinde cá.





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