O Cortiço - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 38 / 239

Domingos.

— O patrão está agora muito ocupado. Espere!

— Mas são quase dez horas e estou com um gole de café no estômago!

— Volte logo!

— Moro na cidade nova. É um estirão daqui!

O caixeiro gritou então para a cozinha, sem interromper o que fazia:

— O homem que ai está, seu João, diz que se vai embora!

— Ele que espere um pouco, que já lhe falo! respondeu o vendeiro no meio de uma carreira. Diga-lhe que não vá!

— Mas é que ainda não almocei e estou aqui a tinir!... observou o Hércules com a sua voz grossa e sonora.

— Ó filho, almoce ai mesmo! Aqui o que não falta é de comer. Já podia estar aviado!

— Pois vá lá! resolveu o homenzarrão, saindo da venda para entrar na casa de pasto, onde os que lá se achavam o receberam com ar curioso, medindo-o da cabeça aos pés, como faziam sempre com todos os que ai se apresentavam pela primeira vez.

E assentou-se a uma das mesinhas, vindo logo o caixeiro cantar-lhe a lista dos pratos.

— Traga lá o pescado com batatas e veja um martelo de vinho.

— Quer verde ou virgem?

— Venha o verde; mas anda com isso, filho, que já não vem sem tempo!





Os capítulos deste livro