Hop-Frog - Cap. 1: Hop-Frog Pág. 8 / 12

E assim se colou uma espessa camada de estrigas sobre a espessa camada de alcatrão. Arranjou-se depois uma longa corrente, que foi primeiro passada pela cinta do rei e amarrada; depois pela cinta de outro membro do grupo e também firmemente amarrada e assim sucessivamente e sempre da mesma maneira. Quando todos ficaram amarrados afastaram-se uns dos outros tanto quanto possível e formaram um círculo; e para que tudo parecesse natural Hop-Frog passou o resto da corrente em dois diâmetros e em ângulo recto pelo centro do círculo, segundo o método adoptado pelos caçadores de chimpanzés ou de outros macacos grandes em Bornéu.

A grande sala em que se desenrolaria o baile era um salão circular, muito alto, que recebia a luz do Sol por uma única janela no tecto. De noite (era o momento a que esta sala se destinava especialmente) era iluminada por um enorme lustre que pendia de uma corrente no centro da clarabóia e que podia ser içado ou descido, como vulgarmente, por meio de um contrapeso; mas para não estragar a elegância do conjunto, o contrapeso passava por fora da cúpula e por cima do telhado.

Fora Tripetta quem superintendera à decoração da sala; mas ao que parecia em certos pormenores fora guiada pelo juízo calmo do seu amigo anão. Por sugestão deste, o lustre fora desta vez removido. Os pingos da cera (que num tempo tão quente eram quase impossíveis de evitar) causariam danos irreparáveis às ricas vestes dos convidados, que, estando o salão tão cheio, nem todos poderiam ficar longe do centro, ou seja a zona por baixo do lustre. Foram, pois, colocados candelabros por toda a sala fora do espaço que a multidão ocuparia; e uma torcha de que emanava um perfume agradável foi colocada na mão direita de cada uma das cariátides que ladeavam as paredes - ao todo umas cinquenta ou sessenta.





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