A Origem da Tragédia - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 4 / 164

Já se encontram neste livro os prenúncios de sua filosofia posterior. O próprio Nietzsche o afirma na Vontade de Potência, introdução:

“Minha filosofia: arrancar o homem da aparência, seja o perigo qual for. E nada de medo, mesmo com risco da própria vida!”

E será esta a fórmula que o leitor atento encontrará em toda extensão da ORIGEM DA TRAGÉDIA.

Diz Virgil J. Barbato em seu maravilhoso “Nietzsche, Tendances et Problèmes” que “ L’Origine de la Tragédie est un manifeste, dont le contenu a préoccupé l’auteur même pendant la guerre. Il est, pourtant, rempli de considérations esthétiques”. Chamando o próprio Nietzsche em nosso auxílio (Prólogo a Richard Wagner — A ORIGEM DA TRAGÉDIA) vemos que os leitores “verão, caso lerem atentamente este livro, com que sério problema alemão nós nos preocupamos, problema que por nós é colocado no centro das esperanças alemãs, como vértice e ponto de mudança.”

Podemos considerar a Origem da Tragédia como a experiência de fazer do espírito grego a força formadora do espírito moderno, sendo uma experiência plena de vontade e capacidade. Alois Riehl, em seu livro Friedrich Nietzsche (Tradução italiana) resumiu muito bem o conteúdo e o objeto de Nietzsche quando disse: “La Nascita della Tragedia è una metafísica dell’arte, che trasforma l’arte in Metafísica. È la teoria della costante autoredenzione del mondo mediante l’arte”.

O próprio Nietzsche, que mais tarde rejeitou este primeiro grau de seu espírito, tem amor especial a esta obra, chamando-a mesmo de “predileta”. E classifica a sua obra no ECCE HOMO — pág. 104, Tradução de Lourival de Queiroz Henkel: “O início é sobremodo singular. Pela minha experiência íntima, fora-me dado descobrir o único símbolo e paralelo que à história é dado possuir, tendo sido o primeiro também a conceber o maravilhoso fenômeno dionisíaco.





Os capítulos deste livro