- Continuará havendo açúcar, depois da Revolução?
- Não - respondeu Bola-de-Neve, firmemente. - Não dispomos de meios para obter açúcar nesta fazenda. Além disso, você não necessita de açúcar. Mas terá a aveia e o feno que quiser.
- E eu ainda poderei usar laços de fita na crina? - perguntou Mimosa.
- Camarada - explicou Bola-de-Neve -,essas fitas que você tanto estima são o distintivo da escravidão. Será que você não compreende que liberdade vale mais do que laços de fita?
Mimosa sempre concordava, mas não dava a impressão de estar lá muito convencida.
Muito mais ainda lutaram os porcos para neutralizar as mentiras espalhadas por Moisés, o corvo doméstico. Moisés, bicho de estimação do Jones, era um espião linguarudo, mas também hábil na conversa. Afirmava a existência de uma região misteriosa, "Montanha de Açúcar", para onde iam os animais após a morte. Essa montanha estava situada em algum lugar do céu, pouco acima das nuvens, segundo dizia Moisés. Na Montanha de Açúcar, os sete dias da semana eram domingo, o campo floria o ano inteiro, e cresciam torrões de açúcar bolos de linhaça nas sebes.