- Com mil trovões! - gritou o general -, boa pontaria! Possuem caronadas especiais.
- Oh!, esse aí, a gente tem de se calar quando ele fala - retrucou um dos marinheiros. - O Parisiense não temeria um navio inglês...
- Nada mais se pode fazer - exclamou com desespero o capitão, que, tendo apontado a luneta, nada distinguiu do lado da terra. - Estamos mais longe da França do que calculava.
- Por que se aflige? - replicou o general. To dos os seus passageiros são franceses; fretaram-lhe o navio. Esse corsário é parisiense, segundo dizem; pois bem, ice a bandeira branca, e...
- E ele nos mete a pique - respondeu o capitão. - Não é ele, segundo as circunstâncias, tudo quanto pode ser quando quer apoderar-se de uma boa presa?
- Ah!, é um pirata...
Pirata! - tornou o capitão num tom feroz. Ah!, está sempre em regra, ou sabe se pôr.
- Nesse caso - tornou o general, erguendo os olhos ao céu -, resignemo-nos. - e teve a coragem necessária para conter as lágrimas.
Quando acabava de proferir essas palavras, um segundo tiro de canhão, mais certeiro, enviou ao casco do Saint-Ferdinand uma bala que o atravessou.