A Decadência da Mentira - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 7 / 42

Até o Sr. Robert Louis Stevenson, aquele adorável mestre da prosa delicada e fantástica, está manchado por esse vício moderno, pois não sabemos absolutamente que nome dar. Uma coisa é roubar uma história de sua realidade por tentar torná-la verdade, e «A Flecha Negra» é tão não-artístico a ponto de não conter um único anacronismo para se orgulhar, enquanto a transformação do Dr. Jekill se lê perigosamente como um experimento saído do Lancet (uma das mais importantes publicações científicas na área Médica do Reino Unido). Quanto ao Sr. Rider Haggard, que realmente tem, ou uma vez teve, os predicados de um mentiroso perfeitamente magnífico, ele agora teme tanto ser suspeito de gênio que quando realmente nos conta algo maravilhoso, ele se sente obrigado a inventar uma reminiscência pessoal, e de colocá-la numa nota de rodapé como um tipo de covarde corroboração. Nossos outros romancistas não são muito melhores. O Sr. Henry James escreve ficção como se fosse um penoso dever, e desperdiça em motivos banais e imperceptíveis pontos-de-vista seu estilo literário caprichado, suas frases oportunas, sua sátira viva e cáustica. O Sr. Hall Caine, é verdade, aponta para o grandioso, no entanto ele escreve do topo de sua voz. Ele é tão ruidoso que não se pode suportar o que ele diz. O Sr. James Payn é um adepto da arte de ocultar o que não vale a pena encontrar. Ele caça o óbvio com o entusiasmo de um detetive com má vista. Ao virar-se as páginas, o suspense do autor se torna quase insuportável. Os cavalos do Faetonte do Sr. William Black não se elevam em direção ao Sol. Eles apenas assustam o céu à noite provocando violentos efeitos cromolitográficos. Ao verem eles se aproximarem, os camponeses se refugiam no dialeto.




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