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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 8
A Sra. Oliphant tagarela agradavelmente sobre curas, jogos de tênis, domesticidade, e outras coisas tediosas. O Sr. Marion Crawford se sacrificou sobre o altar de cor local. Ele é como a dama na comédia francesa que vive falando do «le beau ciel d’Italie» (o belo céu de Itália). Além do mais, ele caiu no mau hábito de proferir chavões morais. Ele está sempre nos dizendo que ser bom é ser bom, e que ser mau é ser cruel. Às vezes ele é quase edificante. Robert Elsmere (romance escrito por Mary Augusta Arnold, mais conhecida por Sr.ª Humphry Ward ) é, claro, uma obra-prima – uma obra-prima do «genre ennuyeux», a única forma de literatura que o povo inglês parece realmente apreciar. Um atencioso amigo nosso nos disse uma vez que o lembrava do tipo de conversa passada num chá na casa de uma família Inconformista séria, e nós bem podemos acreditar. Realmente só na Inglaterra tal livro podia ser produzido. A Inglaterra é o lar das ideias perdidas. Quanto àquela grande e diariamente crescente escola de romancistas para a qual o sol sempre se levanta no East-End, a única coisa que pode ser dita sobre eles é que encontram a vida verde, e a deixam crua.”

“Na França, ainda que nada tão deliberadamente tedioso como Robert Elsmere tenha sido produzido, as coisas não vão muito melhor. O Sr. Guy de Maupassant, com sua afiada ironia mordaz e seu estilo difícil e vívido, despe a vida dos poucos trapos que ainda a cobrem, e nos mostra chagas fétidas e feridas supuradas. Ele escreve pálidas tragediazinhas nas quais todos são ridículos; comédias amargas das quais não se pode rir por muitas lágrimas. O Sr. Zola, verdadeiro ao elevado princípio que ele nos apresenta em um de seus pronunciamentos sobre literatura, L’homme de genie n’a jamais d’esprit, está determinado a mostrar que, se ele não tem gênio, pode pelo menos ser chato.

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Capa do livro A Decadência da Mentira
Páginas: 42
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