(Telmo levanta-se). Ouvi-me com atenção. É a primeira vez e será a última vez que vos falo deste modo e em tal assunto. Vós fostes o aio e o amigo de meu senhor… de meu primeiro marido, o senhor D. João de Portugal; tínheis sido o companheiro de trabalhos e de glória de seu ilustre pai, aquele nobre conde de Vimioso, que eu de tamanhinha me acostumei a reverenciar como pai. Entrei depois nesta família de tanto respeito; achei-vos parte dela, e quási que vos tomei a mesma amizade que aos outros… Chegastes a alcançar um poder no meu espírito, quási maior… - decerto maior que nenhum deles. O que sabeis da vida e do mundo, o que tendes adquirido na conversação dos homens e dos livros - porém, mais que tudo, o que de vosso coração fui vendo e admirando cada vez mais - me fizeram ter-vos numa conta, deixar-vos tomar, intregar-vos eu mesma tal autoridade nesta casa e sobre minha pessoa… que outros poderão estranhar…
TELMO
- Emendai-o, senhora.