MADALENA
- Haverá tão má gente… e tão vil, que tal faça.
ROMEIRO
- Necessidade pode muito. Deus lho perdoará, se puder!
MADALENA
- Não façais juízos temerários, bom romeiro.
ROMEIRO
- Não faço. De parentes, já sei mais do que queria. Amigos, tenho um; com esse conto.
JORGE
- Já não sois tão infeliz.
MADALENA
- E o que eu puder fazer-vos, todo o amparo e agasalho que puder dar-vos, contai comigo, bom velho, e com meu marido, que há-de folgar de vos proteger…
ROMEIRO
- Eu já vos pedi alguma coisa, senhora?
MADALENA
- Pois perdoai, se vos ofendi, amigo.
ROMEIRO
- Não há ofensa verdadeira senão as que se fazem a Deus. Pedi-lhe vós perdão a Ele, que vos não faltara de quê.
MADALENA
- Não, irmão, não, decerto. E Ele terá compaixão de mim.