Frei Luís de Sousa - Cap. 2: Acto Segundo Pág. 82 / 122

me libertaram, dei juramento sobre a pedra santa do Sepulcro de Cristo…

MADALENA

- Pois éreis cativo em Jerusalém?

ROMEIRO

- Era; não vos disse que vivi lá vinte anos?

MADALENA

- Sim, mas…

ROMEIRO

- Mas o juramento que dei foi que, antes de um ano cumprido, estaria diante de vós, e vos daria da parte de quem me mandou…

MADALENA

(aterrada)

- E quem vos mandou, homem?

ROMEIRO

- Um homem foi, e um honrado homem… a quem unicamente devi a liberdade… a ninguém mais. Jurei fazer-lhe a vontade, e vim.

MADALENA

- Como se chama?

ROMEIRO

- O seu nome, nem o da sua gente nunca o disse a ninguém no cativeiro.

MADALENA

- Mas, enfim, dizei vós…

ROMEIRO

- As suas palavras trago-as escritas no coração com as lágrimas de sangue que lhe vi chorar, que muitas vezes me caíram nestas mãos, que me correram por estas faces.





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