Madalena! A misericórdia de Deus é infinita. Esperai. Eu duvido, eu não creio… estas não são cousas para se crerem de leve. (Reflecte, e logo como por uma ideia que lhe acudiu de repente.) Oh ! inspiração divina… (chegando ao romeiro). Conheceis bem esse homem, romeiro, não é assim?
ROMEIRO
- Como a mim mesmo.
JORGE
- Se o víreis… ainda que fora noutros trajos… com menos anos, pintado, digamos, conhecê-lo-eis?
ROMEIRO
- Como se me visse a mim mesmo num espelho.
JORGE
- Procurai nesses retratos, e dizei-me se algum deles pode ser.
ROMEIRO
(sem procurar, e apontando logo para o retrato de D. João)
- É aquele.
MADALENA
(com um grito espantoso)
- Minha filha, minha filha, minha filha!… (Em tom cavo e profundo.) Estou… estás… perdidas, desonradas… infames! (Com outro grito do coração.