JORGE
- Manuel, meu bom Manuel, Deus sabe melhor o que nos convém a todos. Põe nas suas mãos esse pobre coração, põe-no resignado e contrito, meu irmão, e Ele fará o que em sua misericórdia sabe que é melhor.
MANUEL
(com veemência e medo)
- Então desinganas-me… desinganas-me já… é isso que queres dizer? Fala, homem: não há que esperar?… não há que esperar dali, não é assim? Dize: morre, morre?… (Desanimado) Também fico sem filha!
JORGE
- Não disse tal. Por caridade contigo, meu irmão, não imagines tal. Eu disse-te a verdade: Maria pareceu-me menos oprimida; dormia…
MANUEL
(variando)
- Se Deus quisera que não acordasse!
JORGE
- Valha-me Deus!
MANUEL
- Para mim aqui está esta mortalha: (tocando no hábito) morri hoje… vou amortalhar-me logo; e adeus