Frei Luís de Sousa - Cap. 3: Acto Terceiro Pág. 94 / 122

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JORGE

- Manuel, meu bom Manuel, Deus sabe melhor o que nos convém a todos. Põe nas suas mãos esse pobre coração, põe-no resignado e contrito, meu irmão, e Ele fará o que em sua misericórdia sabe que é melhor.

MANUEL

(com veemência e medo)

- Então desinganas-me… desinganas-me já… é isso que queres dizer? Fala, homem: não há que esperar?… não há que esperar dali, não é assim? Dize: morre, morre?… (Desanimado) Também fico sem filha!

JORGE

- Não disse tal. Por caridade contigo, meu irmão, não imagines tal. Eu disse-te a verdade: Maria pareceu-me menos oprimida; dormia…

MANUEL

(variando)

- Se Deus quisera que não acordasse!

JORGE

- Valha-me Deus!

MANUEL

- Para mim aqui está esta mortalha: (tocando no hábito) morri hoje… vou amortalhar-me logo; e adeus





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