No entanto, o prazo era tão escasso que ele não conseguiu chegar a Stony-Stratford a tempo de se encontrar comigo à noite, mas encontrámo-nos na manhã seguinte, num lugar chamado Brickhill, precisamente quando a diligência ia a entrar na cidade.
Confesso que me alegrou muito vê-lo, pois na véspera sentira-me um pouco decepcionada com a sua ausência, depois de tantos trabalhos para dar ao meu regresso uma aparência de naturalidade. Fiquei duplamente satisfeita pela maneira como se apresentou, numa bela carruagem puxada por quatro cavalos e com um criado para o servir.
Retirou-me imediatamente da diligência, que parara numa estalagem em Brickhill, levou-me à mesma estalagem e encomendou o almoço. Perguntei-lhe porque procedia assim, pois achava que devíamos continuar a viagem, e ele respondeu-me que não, que eu precisava de um pouco de repouso e que o estabelecimento onde nos encontrávamos era bom, apesar de a cidade ser pequena; não iríamos mais longe naquela noite, acontecesse o que acontecesse.
Não insisti muito, pois, uma vez que fora ao meu encontro e fizera para tal tão grandes despesas, atendendo à maneira como se apresentava, era razoável que lhe fizesse a vontade e aquiescesse nesse ponto.
Depois da refeição fomos, a pé, visitar a cidade e ver a igreja e os campos, como é costume dos forasteiros, e o estalajadeiro serviu-nos de guia na visita ao templo. Notei que o meu amigo fazia muitas perguntas acerca do pastor e percebi logo que, provavelmente, proporia que nos casássemos. Embora a ideia fosse súbita, não tardei a compreender que não o recusa- ria, pois, para ser franca, agora não me encontrava já em situação que me permitisse dizer «não». Tinha a maior conveniência, dadas as circunstâncias, em deixar de correr tais riscos.
