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- Ora assa! Então o Sr. D. Jacinto está em Tormes? O meu espanto divertiu o Severo: - Então Vossa Excelência... Pois em Tormes é que ele está, há mais de cinco semanas, sem arredar! E parece que fica para a vindima, e vai lá uma grandeza!
Santíssimo nome de Deus! Ao outro dia, domingo, depois da missa e sem me assustar com a calma que carregava, trotei alvoroçadamente para Tormes. Ao latir dos rafeiros, quando transpus o portal solarengo, a comadre do Melchior acudiu dos lados do curral, com um alguidar de lavagem encostado à cintura. - Então o Sr. D. Jacinto?... O Sr. D. Jacinto andava lá para baixo, com o Silvério e com o Melchior, nos campos de Freixomil...
- E o Sr. Grilo, o preto? - Há bocadinho também o enxerguei no pomar, com o francês, a apanhar limões doces...
Todas as janelas do solar rebrilhavam, com vidraças novas, bem polidas. A um canto do pátio notei baldes de cal e tigelas de tintas. Uma escada de pedreiro descansava durante o Dia Santo arrimada contra o telhado. E, rente ao muro da capela, dois gatos dormiam sobre montões de palha desempacotada de caixotes consideráveis.
«Bem», pensei eu. «Eis a Civilização!» Recolhi a égua, galguei a escada. Na varanda, sobre uma pilha de ripas, reluzia num raio de sol uma banheira de zinco. Dentro encontrei todos os soalhos remendados, esfregados a carqueja. As paredes, muito caiadas e nuas, refrigeravam como as de um convento. Um quarto, a que me levaram três portas escancaradas com franqueza serrana, era certamente o de Jacinto: a roupa pendia de cabides de pau; o leito de ferro, com coberta de fustão, encolhia timidamente a sua rigidez virginal a um canto, entre o muro e a banquinha onde um castiçal de latão resplandecia sobre um volume do «D. Quixote»; no lavatório