harmoniosamente estendido sobre uma areia macia e alva, por entre arvoredos fragrantes e ditosas aldeias, não ofereceria àquele que o descesse num barco de cedro, bem toldado e bem almofadado, com frutas e champanhe a refrescar em gelo, um Anjo governando ao leme, outros Anjos puxando à sirga, mais segurança e doçura do que a Vida oferecia ao meu amigo Jacinto.
Por isso nós lhe chamávamos «o Príncipe da Grã-Ventura»!
Jacinto e eu, José Fernandes, ambos nos encontrámos e acamaradámos em Paris, nas Escolas do Bairro Latino - para onde me mandara meu bom tio Afonso Fernandes Lorena de Noronha e Sande, quando aqueles malvados me riscaram da Universidade por eu ter esborrachado, numa tarde de procissão, na Sofia, a cara sórdida do doutor Pais Pita.
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma Ideia... Este Príncipe concebera a Ideia de que «o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado». E por homem civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com todos os mecanismos inventados deste Terâmenes, criador da roda, se torna um magnífico Adão, quase omnipotente, quase omnisciente, e apto portanto a recolher dentro de uma sociedade e nos limites do Progresso (tal como ele se comportava em 1875) todos os gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e de Poder... Pelo menos assim Jacinto formulava copiosamente a sua Ideia, quando conversávamos de fins e destinos humanos, sorvendo bocks poeirentos, sob o toldo das cervejarias filosóficas, no Boulevard Saint-Michel.
Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que tendo surgido para a vida intelectual, de