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Capítulo 1: A máscara da morte vermelha

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A máscara da morte vermelha

A Morte Vermelha já há muito assolava o país. Nunca peste fora tão fatal ou tão horrenda. Sangue era o seu emblema e o seu brasão - o carmim e o horror do sangue. Eram dores agudas, uma vertigem súbita e, depois, um profuso sangrar por todos os poros e a dissolução. As manchas escarlates no corpo e sobretudo no rosto da vítima eram a bandeira da peste que afastava todo o auxílio e simpatia. E o começo, progresso e fim da doença não duravam mais de meia hora.

Mas o príncipe Próspero era feliz, intrépido e sagaz. Quando os seus domínios ficaram meio despovoados, chamou à sua presença um milhar de amigos sadios e bem-dispostos, escolhidos entre os cavaleiros e as damas da corte, e com eles se instalou no retiro profundo de uma das suas abadias fortificadas. Esta era uma estrutura imensa e magnífica criada pelo gosto excêntrico mas grandioso do príncipe. Rodeava-a totalmente uma muralha espessa e alta. Nesta muralha abriam-se uns portões de ferro. Depois de entrarem, os cortesãos, armados de maçaricos e pesados martelos, soldaram os ferrolhos. Resolveram erguer barricadas contra os súbitos impulsos do desespero exterior e de fechar qualquer via de saída aos frenesins interiores. A abadia foi largamente aprovisionada em géneros. Com tais precauções, os cortesãos podiam desafiar o contágio. O mundo exterior que se arranjasse. Entretanto era loucura afligir-se ou pensar. O príncipe providenciara para que não faltassem os meios do prazer. Havia bobos, pantomineiros, bailarinos, músicos, havia a Beleza, havia vinho. Dentro dos muros havia tudo isto e a segurança. Lá fora havia a Morte Vermelha.

Foi em fins do quinto ou sexto mês desta reclusão, e enquanto lá fora a pestilência atacava mais furiosamente do que nunca, que o príncipe Próspero brindou os seus mil amigos com um baile de máscaras de uma rara magnificência.

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Páginas: 8
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