O Anjo - Cap. 1: O Anjo Pág. 3 / 3

»Faz agora um ano que tem um lugar na presença de Deus e durante esse tempo a flor foi esquecida na janela, onde murchou, e, ao levarem a mudança, foi jogada ao monte de lixo da rua.

»E é essa flor que estamos levando incorporada ao nosso ramo, porque ela proporcionou mais alegrias do que a flor mais preciosa do jardim da rainha.

- Como sabe de tudo isso? - perguntou o menino nos carinhosos braços do anjo.

- Porque era eu o menino doente, que andava de muletas. E pode estar certo de que conheço muito bem a minha flor.

O menino abriu muito os olhos, fitou o formoso e feliz rosto do anjo e naquele instante chegaram ao céu, onde tudo era alegria e felicidade.

O Pai Celestial apertou o menino morto contra o peito e logo o recém-chegado recebeu um par de asas como o outro anjo, de modo que ambos puderam voar de mãos dadas.

E Deus apertou as flores contra o coração, beijando a pobre flor silvestre emurchecida, a qual recebeu o dom da voz e da palavra, e assim pôde unir-se ao coro de anjos que rodeava o Senhor.

Alguns estavam muito perto, outros em círculos distantes, que se estendiam até ao Infinito; mas todos eram igualmente felizes.

Todos entoavam a alegre canção, grandes e pequenos, o menino bom e a pobre flor silvestre, que tinha sido arrancada do monte de lixo de uma das ruas mais estreitas e sinuosas daquela cidade.

FIM





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